sábado, 6 de março de 2010

Civilização Grega

CIVILIZAÇÃO GREGA (Séc. XX a .C – Séc. II a .C na Península Balcância)

· Civilização Cretense - primeiros sinais no período Neolítico. Viviam em cavernas, plantavam e domesticavam animais. Viviam em cidades ao redor de palácios; eram artesões, agricultores e principalmente comerciantes. Possuíam uma das mais poderosas frotas marítimas.

A civilização grega foi dividida nos seguintes períodos:
  • PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (séc. XX a .C – Séc. XII a .C)
 Chegada do Indo-Europeus ao sul da península Balcânica. Formação dos primeiros grandes centros urbanos da região. Os primeiros a chegar foram os Aqueus que se estabeleceram em Micenas. De suas estreitas relações com os cretenses nasceu a cultura micênica, fortalecida graças ao seu movimentado comércio marítimo. Nos séculos seguintes chegaram à região os Jônios, que se estabeleceram em Atenas, e os Eólios, que se espalharam, concentrando-se mais em Tebas. Por volta de 1200 a .C chegaram os Dórios, excelentes mas violentos guerreiros, que por meio de tal força destruíram boa parte da civilização micênica e fizeram com que muitos habitantes fugissem, dando origem à Primeira Diáspora Grega; e por fim, se estabeleceram em Esparta.

  • PERÍODO HOMÉRICO (Séc. XII a .C – Séc. VII a .C)
Os refugiados da Diáspora Grega fundaram pequenas unidades agrícolas autossuficientes baseadas no coletivismo e nos genos (ou comunidades gentílicas), sob a chefia dos paters. A desintegração da sociedade gentílica ocorreu por volta de 800 a .C devido ao incremento populacional, as limitações das técnicas agrícolas e as disputas por terras cultiváveis. Alguns paters se apropriaram das menores terras, dando origem à propriedade privada. Devido à má distribuição das terras veio a Segunda Diáspora Grega e o surgimento da aristocracia, os homens livres e a força do trabalho escravo.

 + Este período recebe esse nome derivado do poeta Homero, de cuja autoria são as maiores fontes históricas sobre a época: os poemas épicos Ilíada – sobre a guerra de Tróia - e de Odisséia – que descreveu as aventuras do herói Ulisses, sobrivivente da guerra.

  • PERÍODO ARCAICO (Séc. VIII a.C – Séc VI a.C)
Devido à má distribuição das terras, a colonização provocada pelos Dórios, a necessidade de defesa territorial que provocou o sinecismo de comunidades e o desenvolvimento das trocas de bens agrícolas e artesanais, cada cidade passou a ser autônoma, recebendo a condição de Estado. As fratrias (associações) se uniram para formar tribos, que por sua vez, se organizaram em demos, que depois se transformaram em Cidades-Estado, ou Pólis. Muitas cidades entravam em guerra entre si com o intuito de conquistar escravos, terras e mercados.

+ Organização das cidades gregas:

- Acrópole - residência do rei (Basileus); Localização do templo da divindade; Local de reunião do conselho.
- Ágora - local de reuniões públicas e mercado.
- Porto - local de entrada e saída de mercadorias.
- Teatro
- Ginásio de esportes
- Muralhas
Havia os espaços de cultivo que se localizavam mais distantes da cidade.

* A segunda grande colonização ocorreu devido à busca de terras férteis e o desenvolvimento do comércio, acarretando vários fatores como: desenvolvimento do artesanato e da economia monetária; especialização da agricultura; enriquecimento dos artesões e comerciantes; ampliação da escravidão.

* As duas pólis mais importantes da grécia antiga foram Atenas e Esparta.

+ Esparta (Lacedemônia) - cidade desenvolvida na região Peloponeso e fundada pelos Dórios no século IX a.C. Chamava atenção pela sólida formação militar de sua sociedade. A cidade apresentava um regimento oligárquico, aonde os espartanos, descendentes diretos dos Dóricos, monopolizavam o poder. Os periecos habitavam a periferia e dedicavam-se ao comércio e ao artesanato; tinham de pagar tributos. Os hilotas, escravos de propriedade do Estado, cultivavam as terras dos espartanos. No cenário político, quem detinha o poder era o Eforato (cinco magistrados eleitos anualmente); havia também a Diarquia (dois reis hereditários cumprindo funções executivas e militares), a Gerúsia (vinte e oito membros vitalícios que apresentavam projetos de leis) e a Ápela ou assembleia (todos os espartanos com mais de trinta anos, com funções consultivas).

+ Atenas - cidade desenvolvida no século X a.C na região Ática, de cultura e prosperidade econômica. Devido à falta de terra fértil, os atenienses se voltaram para a pesca, a navegação e o comércio marítimo. Atenas foi governada por um rei com funções de sumossacerdote, chefe militar e juiz. Com o enriquecimento da classe alta, o governo foi substituído por um Conselho de Anciãos (ricos proprietários de terra); o Areópago, em que as leis do mesmo eram ratificadas pela assembleia do povo. A sociedade era dividida entre os Eupátridas (grandes proprietários de terra), Georgóis (pequenos proprietários), Demiúrgos (artesões/ comerciantes), Metecos (estrangeiros) e Escravos. Diante dos abusos e da concentração de poder da aristocracia, grande parte dos atenienses começou a exigir reformas políticas e sociais. Nos séculos VII e VI a.C, surgiram reformadores como Drácon, que impos leis escritas acabando com as vendetas e Sólon, que aboliu a escravidão por dívidas, libertou os devedores da prisão e determinou a devolução de terras confiscadas pelos credores eupátridas. No começo do século VI a.C, a democracia (de cunho elitista, patriarcal e escravista) foi instituída por Clístenes; ocorreu então uma reforma do sistema eleitoral, dificultando o controle da aristocracia sobre o processo eleitoral; as decisões passariam a ser tomadas pela assembleia do povo e também criou o Ostracismo, que era a suspensão dos direitos políticos com o intuito de evitar a tirania e o exílio de cidadãos que ameaçassem o Estado.

  • PERÍODO CLÁSSICO (Séc. VI a.C – IV a.C)
Período de apogeu da civilização grega. Atenas, com seu novo sistema democrático, se desenvolveu e se expandiu pelo mar Egeu. A luta pela supremacia marítima e comercial entre os gregos e os persas (medos), conhecidos como Guerras Médicas, teve como estopim o levante das cidades gregas da Ásia Menor contra a política expansionista do imperador Dário, da Pérsia. Os persas finalmente são vencidos pelos atenienses, na batalha de Salamina. Sabendo que os persas poderiam voltar a atacar, várias cidades se reuniram e, lideradas por Atenas, formaram a Confederação dos Delos. Usando os recursos da confederação em seu benefício, Atenas impulsionou sua indústria e seu comércio. Logo se tornou a cidade mais poderosa da grécia, com elevado desenvolvimento cultural e econômico. Aos poucos, a liga foi se transformando em um conjunto de cidades subordinadas ao poder ateniense. O apogeu dessa fase ocorreu entre 461 e 431 a.C, quando foi governada por Péricles, responsável pelo aprimoramento da democracia ateniense. Péricles fez reformas para diminuir o desemprego e realizou obras públicas. Com relação à política externa, implementou uma postura expansionista, visando obter mais escravos, mercados e domínios. Tal política entrou em choque com Esparta, dando início aos conflitos entre estas duas cidades. Os conflitos entre Esparta e Atenas ficaram conhecidos como Guerra do Peloponeso, que teve início em 431 a.C devido a política expansionista de Péricles, um passado nada amistoso entre as cidades e na organização política de cada cidade (Atenas defendia a democracia como forma de governo e queria implantá-la nas demais cidades e Esparta defendia um governo oligárquico). A guerra terminou em 404 a.C com a vitória de Esparta que impos uma série de condições à Atenas, como:

- Passar a esquadra para domínio espartano;
- Derrubar as muralha da cidade;
- Dissolução da Liga de Delos;
- Por fim à democracia ateniense.

Descontente com o acordo de paz e com o predomínio de Esparta, Tebas fez uma aliança com sua antiga inimiga Atenas e foi fundada a Liga da Beócia pela cidade de Tebas, que acabou controlando toda a região e as demais Cidades-Estado. Com isso, novos conflitos se desenvolveram e esgotaram o poderio militar dos gregos, que se tornaram presa fácil para as invasões promovidas pelo rei Felipe II da Macedônia.

  • PERÍODO HELENÍSTICO (Séc. IV – Séc. II a.C)
A hegemonia de Esparta foi caracterizada pela implantação do governo oligárquico em todas as pólis da Confederação de Delos. Mas o domínio espartano foi breve e enfraquecido pela ação dos persas sobre a região, o ressurgimento da Liga de Delos e pelo desenvolvimento da cidade de Tebas, que fundou a Liga da Beócia. Em 371 a.C Tebas derrota os espartanos, na batalha de Leutras e se torna a principal cidade da região. O rei Felipe da Macedônia (região ao norte da grécia continental) invadiu a Grécia - já enfraquecida- e passou a dominá-la em 338 a.C. Teve fim a autonomia das pólis gregas com a batalha de Queronéia. No ano de 336 a.C Felipe II é sucedido pelo filho, Alexandre, o Grande, que por ter sido educado por Aristóteles passa a ter fortes laços com a cultura grega. O domínio Macedônico não se limitou à Grécia e acabou conquistando o império persa e dominou vastos territórios, do Egito até a Índia. Houve grande aceleração do comércio, da urbanização e a incorporação de valores gregos a dos povos conquistados. Nasce a chamada Cultura Helênica.

  • CULTURA GREGA
 - O desenvolvimento da Arte Grega está dividido em dois períodos históricos: o Arcaico e o Clássico. No período Clássico, destacou-se sobretudo o século V a.C, ou ‘Século de Péricles’, no qual as atividades intelectuais, artísticas e políticas manifestaram o esplendor da cultura grega.

+ ARQUITETURA E ARTES PLÁSTICAS:

No fim do século VII a.C os gregos começaram a esculpir em mármore grandes figuras masculinas. Nas obras do período Arcaico, nota-se a influência do Egito. O escultor apreciava a simetria natural do corpo humano. O homem era entendido como o centro do Universo. Havia dois tipos de pintura em cerâmica: as figuras negras e as figuras vermelhas. Estas representavam cenas da mitologia gregas e pessoas no cotidiano.

A arquitetura grega foi marcada pela construção de templos, teatros e prédios públicos. A partir das colunas gregas, podem-se destacar três estilos: dório, jônio e coríntio.

A escultura do período Helenístico apresentava a tendência de expressar, sob forma humana, ideias e sentimentos e o início do feminino nu. O equilíbrio e o racionalismo do classicismo grego adquiriram um caráter mais dramático, plástico e emotivo. Gradualmente a arte deixou de satisfazer as necessidades estéticas das comunidades para preencher as dos indivíduos. Teve início o gosto pelo colossal, a estética do dramático, a representação da velhice, da lealdade e da infância e a multiplicação dos retratos individuais. Na arquitetura, a ordem dórica cedeu lugar ao estilo coríntio, de decoração profusa, como no templo de Zeus em Atenas. No fim do período Helenístico ocorreu em Atenas uma reação classicizante, responsável pelo surgimento do estilo denominado neo-ático, especializado pelo retrato e reprodução de originais de épocas anteriores, que teve em Roma seu maior mercado.



+ LITERATURA E TEATRO:


Os gregos desenvolveram dois formatos poéticos: o lírico (tratava de assuntos referentes ao amor e os prazeres) e o épico (tratava como assunto principal a exaltação de um herói e também poderia ter como temática o dia-a-dia e seus problemas). Quanto ao teatro surgiram dois gêneros: a tragédia (envolvia conflitos antagônicos, fatalidades e dramas) e a comédia (que visava satirizar, ironizar e ridicularizar certos aspectos da vida cotidiana, tendo a sociedade como alvo de crítica).

+ FILOSOFIA E CIÊNCIA:

A filosofia surge a partir do momento em que o grego é levado a pensar sobre o universo, a sua origem, o funcionamento da sociedade e a ordem das coisas. Surge um clima de incertezas, descrenças e materialismo. Vendo a necessidade de criar sistemas explicativos que dessem conta de suas dúvidas e indagações, o grego começa a abstrair o seu pensamento filosófico. Destacam-se Zenão, fundador do estoicismo e Epicuro, que pregava o hedonismo. O intercâmbio entre sábios gregos e orientais impulsionou o conhecimento científico.

+ RELIGIÃO:

Seus princípios foram transmitidos pela tradição oral. Entre as características se destacaram o politeísmo e o antropomorfismo (os deuses gregos eram representados com forma e comportamento semelhantes aos dos seres humanos). Esses deuses possuíam estórias criadas pela imaginação popular, o que deu origem à mitologia grega. As orações e os sacrifícios de animais eram elementos importantes nos cultos destinados à obtenção de benefícios e proteção dos deuses.

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