terça-feira, 29 de maio de 2012

Iluminismo

"Transformações filosóficas"


CONJUNTURA

Desde a Baixa Idade Média, uma série de transformações sociais, políticas e econômicas estavam se processando na Europa Ocidental. O renascimento comercial e urbano verificado na última etapa feudal, engendrou condições favoráveis ao crescimento da burguesia europeia

As regulamentações econômicas do mercantilismo, barravam a franca ascensão da burguesia que não via mais com bons olhos a permanência destas disposições, assim como o arranjo político e econômico do período. Muitos pensadores, intelectuais da época, se posicionaram contra a ordem vigente, indo de encontro com os interesses burgueses. O principal reflexo desta conjuntura foi o ILUMINISMO.

O Iluminismo foi o movimento intelectual que passou a analisar a sociedade européia à luz da razão durante o século XVIII, em detrimento da visão mitológica (religiosa) que era predominante na época.

Com ascensão econômica da burguesia, a nobreza que outrora estava aliada a Igreja Católica, devido a sua riqueza, desloca sua aliança da igreja para as casas de comércio. A união nobreza – burguesia consolida todas as monarquias absolutistas europeias do período. 


CONCEITO

Introdução da razão como método de conhecimento e análise dos fenômenos naturais e sociais. 

ILUMINISMO BURGUÊS

Questionava o poder Absoluto e divino dos reis, assim como os dispositivos mercantilistas da economia européia com base em uma crítica racional.

DESCARTES (1596-1650)
Filósofo francês, foi o precursor do movimento racional iluminista. Enquanto os intelectuais medievais utilizavam a fé para explicar os fenômenos, Descartes desenvolveu o racionalismo. Teoria que estabelecia a experiência como método de conhecimento e não a crença. Segundo Descartes, deve-se analisar o problema por partes, separando em ordem lógica para chegar a uma conclusão científica.
Seu principal livro foi “O discurso do método”, onde afirmou sua célebre fase “penso, logo existo”. O Grande mérito deste pensador foi “libertar” o pensamento europeu da Escolástica medieval.

ISAAC NEWTON (1642 -1727)
Foi o cientista que levou à pratica a teoria de Descartes. Físico, matemático e astrônomo, passou a utilizar a experimentação em seus estudos. Criou fórmulas científicas para as leis naturais e afirmava que o universo não obedecia a ordem divina e sim as leis da física. Seu pensamento foi duramente criticado pela classe religiosa parasitária européia, que via seus pressupostos teóricos serem questionados. Desenvolveu a lei da gravidade, estações do ano, dias e noites, e foi duramente perseguido pela Igreja Católica.

Todo este processo racional influenciou todas as esferas intelectuais. Na política, os iluministas negavam o direito divino dos reis, afirmando que esta prática era contaria a razão. Assim, os pensadores desenvolveram uma nova teoria política: o Liberalismo. Este movimento teve seu berço na Inglaterra, se espalhando por toda a Europa, sobretudo na França.

JOHN LOCKE (1632 -1704)
Desenvolveu uma teoria que contrapunha THOMAS HOBBES, adepto do absolutismo monárquico. Locke afirmava que o homem dotado de razão deveria produzir um “contrato social” onde respeitaria uma série de direitos inalienáveis como, vida, liberdade individual e propriedade privada. Para ele, o indivíduo não existia em função do Estado, e sim o contrário. Sua principal obra foi o “segundo tratado do governo civil”. Para que isso acontecesse, Locke afirma que não poderia ter o chefe da nação poderes absolutos, e sim um legislativo autônomo e liberdade religiosa.

MONTESQUIEU (1689 -1755)
Pensador francês, pesquisou sua conjuntura política e classificou  três tipos de governo: Monarquia, Despotismo e República. Esta última poderia ser aristocrática ou democrática. Para ele a República Democrática era a condição ideal, pois permitia a participação popular. Pregava a divisão dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) para regular as ações dos chefes de Estado. Seu principal livro foi “O Espírito das leis”, que se tornou o principal referencial dos países ocidentais desde então.

VOLTAIRE (1694 -1778)
foi o grande crítico da Igreja católica. Avaliando as ações desta instituição e trazendo à tona o que ninguém tinha coragem de dizer sobre ela. “Cartas Inglesas” e “Cândido” foram suas principais obras. Defendia as liberdades individuais, atacava a nobreza e a classe clerical. Foi preso e morreu no exílio.

JEAN JAQUES RUSSEAU  (1712 – 1778)
Foi quem afirmou que os governos deveriam representar a maioria dos cidadãos de uma sociedade. Para ele, a pobreza, a miséria, a fome, etc., não eram elementos naturais criados por Deus, como afirmavam os Católicos, mas sim o resultado de uma ordem social construída pelos próprios homens, portanto, poderiam ser modificada com ações diferentes. Sua obra mais célebre foi o “contrato Social” e defendia o voto como princípio norteador da democracia.


ECICLOPEDISTAS
Todas estas ideias acabaram sendo reunidas em uma coleção, chamada “Enciclopédia Francesa”, editada em 1751. Os 35 volumes da obra tornaram-se leitura fundamental na Europa. Vários pensadores se reuniam nos “salões” para debater a obra. Estes ficaram conhecidos como os Enciclopedistas, e dentre eles figuravam, DIDEROT, D’ALEMBERT, HOLBACH, CONDILAC, VOLTAIRE, MONTESQUIEU e RUSSEAU.

FISIOCRACIA
Na economia o Iluminismo produziu a Escola dos Fisiocratas. A Fisiocracia defendia a ideia de que a riqueza provinha da natureza, sendo contrários à intervenção mercantilista na economia. Propunham a liberdade econômica e a igualdade tributária para todas as camadas sociais, incluindo a Nobreza e o Clero. Os principais fisiocratas foram QUESNAY (1994 -1774), GOURNAY (1712 – 1781) e TURGOT (1727 -1781). Para estes, o novo capitalismo industrial precisava de maior liberdade de produção e de trocas.

ADAM SMITH (1723 – 1790)
Agrupou as ideias liberais do período, afirmando que a atividade econômica era regulada por uma série de leis naturais (“mão invisível do mercado”), mas discordava que a riqueza advinha da natureza. Para ele, ela vinha do trabalho. Independente desta divergência, também foi um crítico da economia mercantilista e da intervenção do Estado na economia.

ILUMINISMO LIGADO À NOBREZA

Despotismo Esclarecido: Procurava conservar e legitimar através da razão o poder dos Reis absolutistas europeus.
O clima de racionalidade era tamanho, que até mesmo alguns reis absolutistas preferiram legitimar seu poder absoluto pela razão, que pelo Direito Divino dos Reis.
Criaram o conceito social de “BEM COMUM”, onde a administração do Estado deveria obedecer os interesses do povo e não da simples vontade da Nobreza.
Passaram a controlar os gastos com a futilidade, grande marca dos reis absolutistas.
Afastaram-se da Igreja, mesmo sem se aproximar da burguesia.
A administração passou a ser mais racional com o auxílio direto de especialistas como economistas e cientistas políticos.
Alguns privilégios foram abolidos para que a máquina pública pudesse ser gerida sem prejuízos financeiros.
Estas mudanças ainda eram tomadas pelos reis e com sua permissão, o que nos leva a encarar como absolutismo, porém um absolutismo racional. 








Nenhum comentário:

Postar um comentário