CONJUNTURA
Desde a Baixa Idade Média, uma série de
transformações sociais, políticas e econômicas estavam se processando na Europa
Ocidental. O renascimento comercial e
urbano verificado na última etapa feudal, engendrou condições favoráveis ao
crescimento da burguesia europeia.
As
regulamentações econômicas do mercantilismo, barravam a franca ascensão da
burguesia que não via mais com bons olhos a permanência destas disposições,
assim como o arranjo político e econômico do período. Muitos pensadores,
intelectuais da época, se posicionaram contra a ordem vigente, indo de encontro
com os interesses burgueses. O principal reflexo desta conjuntura foi o
ILUMINISMO.
O
Iluminismo foi o movimento intelectual que passou a analisar a sociedade européia
à luz da razão durante o século XVIII, em detrimento da visão mitológica
(religiosa) que era predominante na época.
Com ascensão econômica da burguesia, a
nobreza que outrora estava aliada a Igreja Católica, devido a sua riqueza,
desloca sua aliança da igreja para as casas de comércio. A união nobreza –
burguesia consolida todas as monarquias absolutistas europeias
do período.
CONCEITO
Introdução da razão como método de
conhecimento e análise dos fenômenos naturais e sociais.
ILUMINISMO BURGUÊS
Questionava o poder Absoluto e
divino dos reis, assim como os dispositivos mercantilistas da economia européia
com base em uma crítica racional.
DESCARTES (1596-1650)
Filósofo francês, foi o precursor
do movimento racional iluminista. Enquanto os intelectuais medievais utilizavam
a fé para explicar os fenômenos, Descartes desenvolveu o racionalismo. Teoria
que estabelecia a experiência como método de conhecimento e não a crença.
Segundo Descartes, deve-se analisar o problema por partes, separando em ordem
lógica para chegar a uma conclusão científica.
Seu principal livro foi “O
discurso do método”, onde afirmou sua célebre fase “penso, logo existo”. O
Grande mérito deste pensador foi “libertar” o pensamento europeu da Escolástica
medieval.
ISAAC NEWTON (1642 -1727)
Foi o cientista que levou à
pratica a teoria de Descartes. Físico, matemático e astrônomo, passou a
utilizar a experimentação em seus estudos. Criou fórmulas científicas para as
leis naturais e afirmava que o universo não obedecia a ordem divina e sim as
leis da física. Seu pensamento foi duramente criticado pela classe religiosa
parasitária européia, que via seus pressupostos teóricos serem questionados.
Desenvolveu a lei da gravidade, estações do ano, dias e noites, e foi duramente
perseguido pela Igreja Católica.
Todo este processo racional
influenciou todas as esferas intelectuais. Na política, os iluministas negavam
o direito divino dos reis, afirmando que esta prática era contaria a razão.
Assim, os pensadores desenvolveram uma nova teoria política: o Liberalismo.
Este movimento teve seu berço na Inglaterra, se espalhando por toda a Europa,
sobretudo na França.
JOHN LOCKE (1632 -1704)
Desenvolveu uma teoria que
contrapunha THOMAS HOBBES, adepto do absolutismo monárquico. Locke afirmava que
o homem dotado de razão deveria produzir um “contrato social” onde respeitaria
uma série de direitos inalienáveis como, vida, liberdade individual e
propriedade privada. Para ele, o indivíduo não existia em função do Estado, e
sim o contrário. Sua principal obra foi o “segundo tratado do governo civil”.
Para que isso acontecesse, Locke afirma que não poderia ter o chefe da nação
poderes absolutos, e sim um legislativo autônomo e liberdade religiosa.
MONTESQUIEU (1689 -1755)
Pensador francês, pesquisou sua
conjuntura política e classificou três
tipos de governo: Monarquia, Despotismo e República. Esta última poderia ser
aristocrática ou democrática. Para ele a República Democrática era a condição
ideal, pois permitia a participação popular. Pregava a divisão dos três poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário) para regular as ações dos chefes de
Estado. Seu principal livro foi “O Espírito das leis”, que se tornou o
principal referencial dos países ocidentais desde então.
VOLTAIRE (1694 -1778)
foi o grande crítico da Igreja
católica. Avaliando as ações desta instituição e trazendo à tona o que ninguém
tinha coragem de dizer sobre ela. “Cartas Inglesas” e “Cândido” foram suas
principais obras. Defendia as liberdades individuais, atacava a nobreza e a
classe clerical. Foi preso e morreu no exílio.
JEAN JAQUES RUSSEAU
(1712 – 1778)
Foi quem afirmou que os governos
deveriam representar a maioria dos cidadãos de uma sociedade. Para ele, a
pobreza, a miséria, a fome, etc., não eram elementos naturais criados por Deus,
como afirmavam os Católicos, mas sim o resultado de uma ordem social construída
pelos próprios homens, portanto, poderiam ser modificada com ações diferentes.
Sua obra mais célebre foi o “contrato Social” e defendia o voto como princípio
norteador da democracia.
ECICLOPEDISTAS
Todas estas ideias acabaram sendo
reunidas em uma coleção, chamada “Enciclopédia Francesa”, editada em 1751. Os
35 volumes da obra tornaram-se leitura fundamental na Europa. Vários pensadores
se reuniam nos “salões” para debater a obra. Estes ficaram conhecidos como os
Enciclopedistas, e dentre eles figuravam, DIDEROT, D’ALEMBERT, HOLBACH,
CONDILAC, VOLTAIRE, MONTESQUIEU e RUSSEAU.
FISIOCRACIA
Na economia o Iluminismo produziu
a Escola dos Fisiocratas. A Fisiocracia defendia a ideia de que a riqueza
provinha da natureza, sendo contrários à intervenção mercantilista na economia.
Propunham a liberdade econômica e a igualdade tributária para todas as camadas
sociais, incluindo a Nobreza e o Clero. Os principais fisiocratas foram QUESNAY
(1994 -1774), GOURNAY (1712 – 1781) e TURGOT (1727 -1781). Para
estes, o novo capitalismo industrial precisava de maior liberdade de produção e
de trocas.
ADAM SMITH (1723 – 1790)
Agrupou as ideias liberais do
período, afirmando que a atividade econômica era regulada por uma série de leis
naturais (“mão invisível do mercado”), mas discordava que a riqueza advinha da
natureza. Para ele, ela vinha do trabalho. Independente desta divergência,
também foi um crítico da economia mercantilista e da intervenção do Estado na
economia.
ILUMINISMO LIGADO À NOBREZA
Despotismo Esclarecido:
Procurava conservar e legitimar através da razão o poder dos Reis absolutistas
europeus.
O clima de racionalidade era
tamanho, que até mesmo alguns reis absolutistas preferiram legitimar seu poder
absoluto pela razão, que pelo Direito Divino dos Reis.
Criaram o conceito social de “BEM
COMUM”, onde a administração do Estado deveria obedecer os interesses do
povo e não da simples vontade da Nobreza.
Passaram a controlar os gastos
com a futilidade, grande marca dos reis absolutistas.
Afastaram-se da Igreja, mesmo sem
se aproximar da burguesia.
A administração passou a ser mais
racional com o auxílio direto de especialistas como economistas e cientistas
políticos.
Alguns privilégios foram abolidos
para que a máquina pública pudesse ser gerida sem prejuízos financeiros.
Estas mudanças ainda eram tomadas
pelos reis e com sua permissão, o que nos leva a encarar como absolutismo,
porém um absolutismo racional.
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